Bom dia pessoas que não estão aí. Espero que todas estejam bem e preparadas para um novo início de semana. E, no meu caso, uma semana que será bastante trabalhada. Não como a semana em que eu retorno para o trabalho, mas puxada num nível importante. Claro que pode ser que eu não consiga atender todas as pessoas por limitações de horários, mas as previsões são diferentes.
No meu caso, agora, até tenho algo interessante a pensar: não tenho algo urgente, premente para fazer, que eu esteja procrastinando ( ou que eu não possa procrastinar mais ). Tenho, como sempre, coisas rotineiras a fazer, que sempre são feitas, de uma maneira ou de outra. Mas nada que eu possa dizer que eu preciso fazer logo.
Não sei se eu consigo considerar isso uma coisa boa. Quando vc tem algo que não quer fazer, pelo menos vc tem um norte. Eu tenho algumas coisas que eu posso fazer hoje, tem algumas coisas que algo em mim está dizendo pra eu fazer e outro algo está dizendo para eu não fazer (opções), coisinhas sem importância pra resolver, mas que até poderiam fazer diferença... mas estou em paz de coisas urgentes.
E eu sempre me coloco como aquela pessoa que, como psicólogo, diz para as pessoas que a melhor hora para vc resolver um problema definitivamente é quando vc não tem urgências. As urgências tiram de vc a capacidade de não ter urgências... parece até uma frase doida, mas quer dizer que, se vc tem urgência, vc não se prepara, conhece, reconhece e age diante de um problema, apenas vai apagando os incêndios.
Por outro lado, também te dá a chance de aproveitar a paz que vc mesmo criou por ter resolvido os outros problemas.
Eu até tenho outras preocupações, mas que não dependem de mim. Minha filha está engordando demais e isso me preocupa muito. Não que isso afete a mim diretamente, mas afeta a ela como pessoa. Pode ser uma preocupação sem sentido, mas que eu sei que, se ela não fizer algo, vai tirar a paz dela durante a vida dela.
Engraçado que, depois da vida adulta, vc sempre tem algo a fazer. Nunca vc está livre de ter uma resolução, um documento, uma conta, uma pessoa pra ajudar, alguém para falar, algo a reagir. e parece que ao longo do tempo vc vai escolhendo ao que vc dá atenção e ao que não dá.
O final de semana foi um sem fim de assistir vídeos divertidos do Gaveta, que fala de filmes. Cara, descobri esse canal, o maluco é engraçado pra caralho, morri de rir, porque me identifiquei com ele. Eu faço exatamente a mesma coisa.
E foi só isso. Assistir filmes ou séries mesmo não me animei. Tem sempre aquela coisa de não perder tempo. E hoje, por acaso, é mais um dia que eu não gostaria de perder tempo.
Mas fazer o que? Qualquer coisa que eu vá fazer eu vou perder tempo. É um risco ocupacional.
Por exemplo, agora eu me lembrei que talvez eu tenha que ir comprar carne para fazer para o almoço, porque a gente não comprou no final de semana. E também estou preocupado com o aumento da quantidade de contas que temos. E também estou preocupado que o carro não está com o consumo que gostaríamos. E se vc for procurando, vai achar outras coisas para se preocupar.
Também estou preocupado e me questionando se eu coloco todas as contas no meu controle de contas ou se deixo do jeito que está, à moda caralho e vou fazer, até porque colocar essas contas em um nível de controle que estou pensando não faz muita diferença do ponto de vista de resolução, já que eu já controlo isso de uma forma aceitável ao longo do tempo.
Ou seja, talvez eu não precise ter algumas preocupações e estou escolhendo tê-las para não me preocupar. Paradoxo que chama?
Parei alguns minutos para ir confirmando os horários dos pacientes ao longo da semana. Mas, como sempre, preciso ir ajustando aos poucos os horários, até porque essa semana eu tenho impedimentos importantes de agenda.
Isso me toma um tempinho razoável.
QUANDO VC PRECISA SE AJUSTAR AO HORÁRIO DOS OUTROS É FODA
Como eu estou escrevendo com o que vem na cabeça, acho que faz sentido eu falar a respeito dessa dificuldade que eu tenho e que não está no meu controle. Quando vc precisa se ajustar ao horário dos outros é foda, porque toda a sua vida depende de respostas que dependem exclusivamente da rotina, no meu caso, dos pacientes, e seus imprevistos.
Claro que não é algo que possa ser dito: oh, meu DEUS, que descontrole. Até porque eu mesmo posso aloprar e dizer que não posso algum horário ou substituir por alguém mais previsível. Mas o normal é que a gente tente atender a todas as pessoas que precisam.
Mas agora estou tentando ajustar isso e nem sempre as pessoas se ajustam do jeito que vc quer... faz parte. Até mesmo porque eu estava lendo agora sobre o imprevisível, sobre a ilusão que nós temos que podemos prever o futuro com base no passado.
Claro que há uma infinidade de coisas que nós colocamos em piloto automático, seja porque elas são repetitivas ou porque não queremos perder energia pensando. Mas nem sempre isso é possível.
Por outro lado, eu até posso colocar em piloto automático as confirmações com os pacientes, o que não quer dizer que eles irão colaborar comigo como eu gostaria. E tá tudo bem. Mas semana passada eu passei um caminhão de tempo tentando ajustar horário de pacientes e não consegui 100%.
Porém, se eu conseguir analisar isso em perspectiva, faz parte do meu dia a dia. Até mesmo quando eu tinha secretária, ela ficava entrando em contato comigo pra fazer esses ajustes. Ou seja, No final das contas, sou eu que tenho que ficar tomando a decisão final.
Então, já que é assim, eu escolho como isso deve ser.
Estou mandando as mensagens para as pessoas agora, 08:07 da manhã, mesmo sabendo que elas não irão responder agora. Os horários delas são diferentes do meu e preciso entender que isso faz parte. São elas que irão dizer. Mas eu preciso ter a ciência que eu já fiz o que está ao meu alcance e vou reagindo às respostas conforme elas acontecem.
E não acho que exista outra forma de fazer isso... E tudo bem.
Mas se eu fizer a minha parte, talvez eu consiga ter alguma previsibilidade em algo que não depende só de mim, o que por si só já traz um certo grau de tranquilidade. Quando eu deixo muito pra depois, costuma ser pior pra mim. Então, vamos fazer logo o que precisa ser feito.
Além do mais, imprevistos que fazem vc precisar modificar sua rotina acontecem, mesmo que vc não queira.
ATIVIDADES SOCIAIS QUE INTEREFEREM NA ROTINA SÃO BOAS, MAS...
Nossa vida é social e não podemos viver numa ilha. A gente vive escutando essas coisas, concorda com elas, mas quando tem que sair da rotina é um DEUS nos acuda. Porém, talvez se isso não acontecesse, a gente não iria ter um tempo a mais, ia só estar o tempo todo trabalhando e fazendo o que é necessário e não se perguntando porque, no final das contas, serve esse trabalho.
O trabalho é justamente para que vc tenha uma possibilidade de ter tempo e dinheiro para estar com as pessoas que vc gosta. E isso é o maior objetivo possível. O problema é quando o trabalho vira a meta pela meta.
Essas atividades que vou ter essa semana, inauguração da empresa da Jéssica e aniversário da filha do DUDU são atividades pelas quais se encaixam no que acabei de falar: relacionar-se com as pessoas que eu gosto, estar com as pessoas que eu gosto e sair um pouco de apenas trabalhar.
Mas é difícil porque vc acaba tendo que se estressar para atender as outras demandas. Acho que no final das contas, tudo se trata de atender demandas, sejam elas suas ou dos outros.
Eu tenho refletido sobre o que eu tenho feito ultimamente para atender as minhas demandas, principalmente aquelas que são financeiras. E isso tem tomado um tamanho de preocupação, de forma que talvez eu não esteja bem dimensionado sobre os motivos e os limites, além do que eu realmente tenho para fazer o que eu preciso.
E estou falando do cartão de crédito.
PREOCUPAÇÕES FINANCEIRAS DEMAIS OU MAL DETERMINADAS?
Se tem uma coisa que está me incomodando ultimamente é meu cartão de crédito, ou melhor, minha conta de cartão de crédito. Eu fiz uma alteração na rotina daqui de casa, dando um cartão pra esposa e pra filha pra que elas coloquem seus gastos pra que a gente tenha pontos para viajar. E a ideia não é ruim, já que esses gastos seriam feitos de qualquer maneira.
O problema é que, quando chega a hora de pagar, eu tomo um susto e fico vendo que o custo disso é muito alto. Mas ainda não dimensionei se ele é alto mais alto do que antes ou se apenas é um reflexo de estar concentrando tudo em um único lugar.
Não sei realmente qual é a verdade.
Porém, também não posso negar que eu aumentei o meu custo de vida. Faculdade da esposa, terapia da filha, compras, uma série de coisas que antes não faziam parte dos meus custos normais do dia a dia. E nem foram custos de ostentação que aumentei apenas porque eu tenho mais dinheiro. São coisas necessárias que foram sendo introduzidas na minha vida.
Também tem o fato de que, ao colocar todas as contas no cartão de crédito, eu tiro do cartão de débito. Talvez porque antes eu pagava a maior parte das coisas no débito, eu já gastava relativamente igual, mas não reparava, porque saia diretamente da fonte.
Uma coisa que me incomoda em ter colocado as contas no Itaú é justamente que tenho que estar o tempo todo medindo o quanto eu vou aplicar, pra não ficar sem dinheiro para pagar o cartão... ou seja, uma falta de controle e dependência do caralho ao longo do mês.
Mas talvez isso tenha uma solução. Se eu determinar o quanto eu vou guardar durante o mês independente do quanto gastar, vou ter que dar um jeito de ter o dinheiro para pagar o cartão. Por outro lado, o problema é o quanto isso vai aumentar o meu estresse quando eu tiver algum imprevisto...
Por exemplo, agora dia 5 eu pago o cartão e não posso colocar o dinheiro que ali está nos investimentos. E isso está me incomodando de verdade.
Enfim, talvez há como dimensionar isso, pelo menos em parte. Mas isso me daria um certo trabalho em fazê-lo. Preciso definir se estou disposto a olhar para isso e valorizar ou se vou ficar com medo de fazê-lo, dando desculpas para não fazer e ficar estressado do mesmo jeito.
O que eu sei é que, se eu não sei em que eu gasto, talvez eu não consiga tomar alguma atitude que faça realmente diferença na solução do problema. Não que eu não tenha pensado nisso, mas talvez eu possa estar colocando isso em um lugar desnecessário de importância.
Enfim, como eu sempre falo, a ansiedade vem, na grande maioria das vezes, da dúvida. Então é melhor ter certeza, ainda que a certeza possa ser uma merda.
COMO FAZER PRA TER CERTEZA DAS COISAS QUE ESTÃO TE INCOMODANDO?
Uma das coisas que eu tenho falado com meus pacientes é que o sofrimento, muitas vezes, se baseia em uma análise apriorística e generalizada de determinado problema. E é normal que nós vejamos isso como um problema maior do que ele realmente é. O ser humano vive pra evitar ter problemas, por mais que muitas vezes ele saiba que isso não está ao alcance dele.
Mas, quando vc olha para os problemas que vc tem de forma específica, tenta entender o que está acontecendo de fato, sem que fique colocando camadas de imaginação, a solução do pior problema tende a ficar facilitada.
E, mesmo sabendo disso, eu e as pessoas tendem a não se ligar que talvez não tenhamos controle de tudo, mas temos mais controle do que imaginamos. Só que talvez não queiramos saber por medo de não dar conta ou porque, no final das contas, saber vai nos obrigar a tomar decisões diferentes do que tomamos hoje.
E por que isso é ruim? Por que, em princípio, as coisas podem sair do nosso controle (de novo) e não saberemos o que fazer se isso acontecer... paradoxo, lembra? Hoje não sabemos o que fazer e não queremos ter certeza que não sabemos o que fazer. Que porra de análise bosta nosso cérebro faz. O mais importante é evitar o problema, até que ele nos atropele. Aí enfrentamos. E o que acontece?
Geralmente temos que dar conta, de um jeito ou de outro.
E damos, resolvemos, fazemos, cortamos na pele. E isso não é suficiente para que, de uma próxima vez, usemos essa capacidade pra acreditar na nossa capacidade. E eu sou uma prova disso. Quando eu poderia imaginar que o meu problema hoje seria que eu não estou conseguindo guardar o que eu gostaria de guardar?
Parece até uma certa insanidade pensar assim, do jeito que eu trabalho e com os ganhos que eu tenho "certeza" que terei se as coisas continuarem do jeito que estão. Mas elas vão?
E aí que talvez o raciocínio precise ser atualizado. Eu preciso lidar com o que eu tenho no momento de problemas, não com o que eu terei caso uma série de fatores se apresentem na minha vida. Vc não resolve nada com antecedência. Nós precisamos ter ciência de que um problema precisa existir para ser resolvido.
Antes disso, vira um sem fim de evitações e sofrimentos desnecessários.
Enfim, vamos pensando nisso e fazer as coisas do dia. Talvez eu faça mais um post com a lista das ações da semana passada. Parece que segunda-feira acabará sendo o melhor dia pra fazer essa postagem mesmo.
Valeu