segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Uma batalha perdida, mas a luta continua


Interessante pensar que aqui não escrevo para ser lido e sim para me lembrar das várias fases da minha vida e poder compará-las em algum momento futuro. Nem sempre eu registro como gostaria, mas talvez eu o faça mais vezes que eu imaginaria que pudesse.

Estou me sentindo triste com o possível resultado da prova da Lele. Se por um lado eu sabia das dificuldades dela, de atenção, de tempo, o curso ruim que ela fez no início do ano e algumas outras, por outro eu confio (e continuo confiando) na capacidade dela de se superar.

Mesmo assim, uma sensação ruim me acomete, não sei se por minha causa, pela frustração dela não ter conseguindo AINDA passar ou por mim mesmo, por ter expectativas (o que é óbvio, quem consegue não ter) que talvez não fossem baseadas no que eu estava vendo.

Ela estava indo bem no cursinho, mas de forma muito irregular. E eu via, em casa, que ela não conseguia analisar as questões de forma ampla. Nunca a vi fazer uma questão de forma fácil, com a minha presença. Isso levanta outra questão.

Será que eu devo estudar com ela? Será que ela acaba ficando dependente de mim, preguiçosa, dizendo que não consegue porque ela sabe que eu estou ali pra fazer?

Ontem, quando ela saiu da prova e disse que não achou difícil, me deu um aperto no coração. E aumentou ainda mais quando o menino mais preparado, o Pedro, achou a prova difícil. Quase deu um curto circuito no "célebro".

Não sei como ajudá-la, qual decisão tomar nessa hora. A única que posso imaginar é deixá-la no cursinho, aos cuidados de quem entende, e esperando resultados de longo prazo.

Enquanto isso, precisamos nos haver com a matrícula dela em uma escola, estadual ou não, preocupados com esse ambiente hostil que é do sexto ao nono em escola pública e o impacto que isso vai ter na vida de aprendizado dela.

Estou com medo. Não sei lidar muito bem com a ideia de que não posso fazer algo. Sei que esse problema é meu, não dela. Mas fico pensando se ano que vem ela conseguirá fazer diferente.

Essa distração dela, fugir quando está nervosa, entrar na matrix, não posso dizer que foi o meu jeito quando criança. Mas algumas lembranças voltam confirmando, ao passo que outras refutam, pela minha aceitação de enfrentar as dificuldades para melhorar.

Enfim, não sei. Poucas vezes eu deixei o barco correr e acho que é o caso agora.

Além disso, tem a minha situação atual de saúde. Que sensação ruim você ter a impressão que está bem e não estar, parecer bem e não estar e não saber bem como está teu corpo. E continua a dificuldade em me locomover para meus trabalhos.

Soma-se a isso a mudança do IPP, a aparente diminuição de pacientes e o meu conhecido nervosismo a respeito. Acho bobagem isso, mas eu sinto e ainda não superei essa fase, mesmo hoje. Mas como eu sou um sujeito que não desiste, vamos indo.

Lembro de fases de lamento da minha parte e fico tentando me lembrar desse sentimento para tentar lidar melhor com ele. Mas sempre é o medo. Como eu não paro pra analisar bem as evidências, ele continua presente.

Penso na minha questão econômica, em continuar fazendo meus aportes, e na dificuldade em não fazê-lo por qualquer motivo. Mas esse mindset não me ajuda muito.

Talvez o que eu sinta que me ajuda muito é o fato de que, mesmo pensando assim, continuo a lutar, a fazer, a me esforçar. Não sei se existe outra atitude melhor que essa. Mas a apreensão é real e presente, mesmo que os motivos ainda não estejam tão presentes.

Enfim, hoje falei de mim e da lele. Talvez daqui a algum tempo eu a veja bem e as dificuldades superadas de uma forma melhor que eu poderia enxergar hoje e usar as lições que estou tendo agora pra fazer diferente no futuro. Ou não. Rs.

Filha, pai te ama e torce pra você!! Que nós possamos fazer boas escolhas pra vc e pro seu futuro.

Boa semana.

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